A figura da mulher raramente era apresentada pelos historiadores, só aparecia marginalmente na história. Margareth Rago defende que“todo discurso sobre temas clássicos como a abolição da escravatura, a imigração europeia para o Brasil, a industrialização, ou o movimento operário, evocava imagens da participação de homens robustos, brancos ou negros, e jamais de mulheres capazes de merecerem uma maior atenção”.
Surge a pergunta: e a mulher onde estava durante todo esse tempo? Estava confinada ao espaço da vida privada, envolvida no cuidado com o lar, na educação dos filhos, na atenção com o marido; ocupada demais para ser percebida pela história, que até então se limitava em tratar da vida pública, domínio quase que exclusivo dos homens.
Na perspectiva da historiadora Joan Scott, somente nas últimas duas décadas é que a “história das mulheres” se definiu. Segundo Margareth Rago, a política feminista dos anos 60 foi o ponto de partida. As integrantes do movimento reclamavam uma história onde houvesse heroínas, demonstrando a atuação das mulheres na sociedade. Lutavam também para que a opressão que as sufocava fosse denunciada pela história".
Se