quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

SETRANSP MOBILIDADE URBANA GERENCIAMENTO PARA O FUTURO

Texto Antonio Corumba
 antonio@corumba.net
Fotos Edson Araujo

Mobilidade urbana
Gerenciamento para o futuro
O inchaço das cidades, a mobilidade do rural para o urbano, as novas comodidades dos grandes centros colocam à tona cada vez mais uma questão prioritária destes aglomerados como também dos novos centros emergentes:
COMO PROVER O DESLOCAMENTO NESTE NOVO MUNDO?
Foi-se a era do simples deslocamento a pé, de carroça ou cavalo.
Passou-se o tempo romântico do bondinho, em que ter carro era privilégio de pouquíssimos, quanto mais de alguma classe média, incipiente à época.
Extinguiu-se a “viagem” para a Atalaia, onde seriam passadas as férias de verão...
- Vou veranear n´Atalaia.
Mas, o progresso chegou. A melhoria dos calçamentos, a expansão das cidades, a substituição gradativa do transporte ferroviário pelo rodoviário, o deslocamento da atividade econômica do setor agrícola/comercial para a mineração/indústria/serviços, trouxeram também suas mazelas. Além disso, Aracaju deixa de ser a capital para se transformar em polo centralizador. Torna-se a Grande Aracaju, expandindo sua área urbana que parava na Atalaia para confluir com os vizinhos Socorro, São Cristóvão, Barra dos Coqueiros.
Além destes, pode-se colocar como de sua área de influência direta o entorno representado por Itaporanga, Laranjeiras, Riachuelo, Maruim e Santo Amaro.
Nestes tempos, a fluência dos transportes públicos passa a extrapolar os simples limites do urbano e do interurbano, podendo ser chamados de transurbanos.
Nisto percebe-se que conjuntamente com o aumento da quantidade de ônibus a trafegar, aglutina-se cada vez mais a figura do transporte individual, já que o automóvel passa a ser um bem de consumo acessível à classe média, principalmente nos últimos 30 anos, seja pelo aumento dos prazos de pagamento, como pela baixa dos preços via inflação (A inflação era altíssima, e por ser a prestação da compra do carro fixa em até 36 meses, esta tornava-se pagável e suave do meio para o fim pelo aumento nominal dos rendimentos dos compradores) e redução do luxo e potência.
Entretanto não percebeu o administrador público que o modelo de expansão das vias públicas deveria focar o século XXI, e não mais seguir a cartilha do Engenheiro Pirro, que seguia a sua visão militar, ou, mais recentemente, seguir a de José Conrado de Araújo, na década 1960, que já privilegiava a mobilidade urbana.
Atualmente, em contraposição, veja que nos conjuntos Médici e Lourival Batista existem ruas com 3 metros de largura e passeios 50 centímetros obrigando os veículos a estacionarem sobre estes.
E aqui começa o gargalo do transporte urbano: A visão empresarial quer ônibus maiores para acomodar mais passageiros, enquanto que a visão do eu sobre o coletivo quer o meu carro, símbolo de status e evolução de classe social.
Surge daí a pergunta: AS VIAS DE TRANSPORTE ESTÃO ADEQUADAS?
Obviamente não! Além do que inexistem transportes alternativos eficazes, salvo os táxis-lotação. Estes, que se tornaram viáveis pelo emprego massivo do gás veicular, concorrem diretamente com os ônibus, e, devido à quantidade, concorrem para o aumento do índice de ocupação das vias urbanas.
Ora, não basta ter mais ônibus, se o tempo de deslocamento fica maior a cada dia que passa pela existência de estacionamentos em ruas e aumento de vias de alta densidade de trânsito. Torna-se irrelevante morar no bairro jardim em Socorro ou mosqueiro em Aracaju, já que o preço da passagem é o mesmo que para quem mora no bairro industrial. O que importa para o usuário é a constância, regularidade do serviço e conforto, aliado à rapidez do deslocamento.
Por outro lado, não se pode falar em transporte intermodal por que Aracaju não possui metrô nem linhas de trem de passageiros, e faz sentido notar que o poder público federal imiscui-se nesta questão somente a partir do atual governo quando da criação do Ministério da Cidade.
Quer este em relação entre a Mobilidade Urbana e as demais Políticas Públicas Urbanas, entre outras medidas, [que seja promovido] “o deslocamento de pessoas e não de veículos, de modo a priorizar no espaço e na gestão da circulação, o transporte coletivo e o pedestre, com ênfase naqueles com restrição de mobilidade, garantindo-lhe segurança, conforto e continuidade, e estimular  a adoção, nos Planos Diretores Urbanos, de princípios de mobilidade que possibilitem uma melhor distribuição das atividades no território e reduzam os deslocamentos motorizados permanentes”.
Outra não é a visão de pesquisadores engajados no tema, pois que no seminário A pós-graduação e o desafio das metrópoles promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes, em junho deste ano:
A professora Maria Leonora Maia, da Universidade Federal de Pernambuco, explicou como nos últimos dez anos ocorreu uma “explosão da mobilidade” nas grandes cidades brasileiras: se viaja mais, para cada vez mais longe e de maneira individual. Os poucos investimentos em transportes não-motorizados e públicos podem levar, para a especialista, a uma “imobilidade” das metrópoles.
´Os congestionamentos são cada vez mais frequentes. Promovemos um estilo de vida dependente do automóvel. Em algumas cidades, chega-se a ter dois habitantes por veículo. Um aumento do número de automóveis maior que o próprio aumento da população, explica a professora.
Segundo Maia, a mobilidade se comporta de forma distinta para diferentes classes sociais, quanto mais alta maior o índice do uso do transporte privado. ´A carência de transporte público reforça a exclusão da população pobre e incentiva as viagens de automóveis de quem o possui, trocando viagens curtas a pé e de bicicleta por locomoções de carro´, afirmou.”
Outra não deve ser a perspectiva do gestor público em nossa cidade, preparando as vias para o deslocamento de transportes de massa, seja através de corredores de circulação exclusiva, proibição de estacionamento em vias com super adensamento de carros notadamente no centro da cidade (observe-se que na rua Laranjeiras, entre as ruas Capela e Santo Amaro, surgiu uma parada informal de ônibus, apesar de ser permitido estacionar), implantação a médio prazo de vias intermodais com integração de metrôs de superfície ou trens para transporte entre os núcleos urbanos da Grande Aracaju, ou simplesmente seguir recomendações sobre gerenciamento de transporte público, conforme se depreende abaixo (Texto completo disponível no sítio http://www.cbtu.gov.br/eventos/encontro/encontro10/texto.htm):
O tema proferido no Encontro Marcado nº 10 (GERENCIAMENTO DA MOBILIDADE NO TRANSPORTE URBANO DE PASSAGEIROS, Ronaldo Balassiano - Programa de Engenharia de Transportes PET/COPPE/UFRJ), discutiu os impactos causados pelo transporte nas cidades e a importância do gerenciamento da mobilidade no transporte urbano de passageiros [em suas CONSIDERAÇÕES GERAIS, explicita]:
O modelo clássico de planejamento de transporte passou a ser ineficiente, pois não havia um planejamento prévio de novas construções e projetos.
As grandes metrópoles estão saturadas, devido ao significativo número de automóveis circulando pelas cidades e essa quantidade tende a crescer. Aderir a uma nova filosofia de mudança de comportamento dos indivíduos e da organização, conscientizando a usufruírem também dos transportes públicos. Logo é imperativo pensar em utilização de formas mais sustentáveis de locomoção, com integração de sistemas, aperfeiçoamento tecnológico dos transportes e outros.
Identifica Balassiano, nós que emperram a mobilidade urbana, em que destacamos:
1 – Melhoria na engenharia de tráfego (que deve estruturada para atender à demanda sem grandes engarrafamentos, beneficiando o trânsito, com corredores exclusivos para ônibus e carros com alta taxa de ocupação);
2 – Melhorias na qualidade do transporte público (com ações integradas intermodais);
3 - Informação ao Usuário (As pessoas não têm informação sobre o transporte, sua disponibilidade, seus horários, itinerário e localização. A falta de comunicação e informação faz com que haja menos interesse da parte dos passageiros em utilizar o transporte). Sobre este item, em Aracaju, explicitamente, verifica-se o uso de numeração, mas que passam desconhecidas até para os profissionais do ramo, chegando ao cúmulo de, nos pontos da Rua da Frente, ter placas com números sem especificar o itinerário;

4 - Segurança do usuário (Para as pessoas optarem por irem a pé até seu destino é necessário que se sintam seguras e amparadas. O mesmo acontece quando elas escolhem utilizar os transportes públicos, pois a maioria prefere ir de carro por se sentirem mais vulneráveis nos transportes públicos, com políticas preventivas de segurança nos transportes);

5 - Integração Modal (É o sinônimo de transporte. É a otimização do tempo, fazendo com que haja menor perda de tempo de viagem)

Em relação ao item 5, é de se convir que foi um retrocesso à época, a não integração entre as barcas Aracaju-Barra-Atalaia Nova, que pode ser reativada, estendendo-se desde o Inácio Barbosa até Socorro, Laranjeiras, Riachuelo, Maroim, etc, com a possível volta dos Tototós pelo seu apelo turístico.

 Em sua conclusão o palestrante afirma: É fundamental que as demais cidades, inclusive regiões metropolitanas, sigam o mesmo modelo, pois todos saem ganhando. O operador de transporte rodoviário, que passa a ter trajetos mais curtos; os sistemas de transporte sobre trilhos, que recebem uma demanda que não conseguiam captar, e o usuário que automaticamente ao comprar um bilhete de integração já ganha um desconto. Esse é o caminho certo para conseguirmos melhorar a circulação dos veículos na cidade.

Depreende-se assim que em nossa cidade, pequena e com bastante obras urbanísticas a serem feitas, depende, só e somente só do poder público o ordenamento espacial em que seja permitido um deslocamento rápido, seguro e confiável, caso contrário, teremos sempre os cidadãos espremidos seja em ônibus, carros, motocicletas, carroças ou bicicletas.
 Gazeta
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