
Carta
Aracaju encerra Com a edição da Carta de Aracaju, magistrados de
todo o Brasil encerraram, nesta sexta-feira, 11 de novembro, os trabalhos do VII Encontro do Colégio Permanente de Vice-Presidentes
de Tribunais de Justiça do Brasil que ocorreu em Aracaju. A Carta
corresponde às deliberações tomadas no Encontro e reúne recomendações para
promover melhorias nos serviços prestados pelo Poder Judiciário brasileiro.
Entre os assuntos deliberados, sugestões
para alterar os Códigos de Processo
Civil e Penal e Código de Defesa do Consumidor, no que concerne a questão
do direito de recorrer, além de sugestões para todos os Tribunais de Justiça.
O Ministro do Supremo Tribunal
Federal, sergipano Carlos Ayres de Britto, participou do encontro e estabeleceu
uma conversa com os 17 Vice-Presidentes participantes, expondo experiências e
destacando a necessidade de se cumprir a Constituição Brasileira.
“Certa vez, em Brasília, encontrei um morador
de rua que se dirigiu a mim da seguinte forma: ‘ministro Ayres de Britto: o
homem que meteu multa até no presidente da República’. Na época desempatei uma
votação no TSE e foi imputada uma multa, por campanha antecipada, ao então
presidente da República. Fiquei impressionado, mas fiquei ainda mais quando
retorno e encontro este mesmo indivíduo que guardara o meu veículo. Como não
tinha uma quantia para retribuir-lhe (culpa do cartão de crédito), o morador de
rua vem até mim com outra declaração: ‘ministro, o senhor não me deve nada,
basta cumprir a Constituição’. Está aí o norte para nós do judiciário. Não se
trata de prioridades, de foco, trata-se apenas de um imperativo categórico,
cumprir a Constituição”.
Também falou sobre a honra de fazer
parte do Judiciário brasileiro, da importância do significado de Justiça e da
humanização da judicatura e de fazer do direito um mecanismo de acesso à Justiça.
“A Justiça é como a beleza. Em um quadro, se
tomarmos, por exemplo, a Monalisa, de Leonardo da Vinci; a beleza não é o próprio
quadro, mas é o que o qualifica como belo. É a qualidade de ser belo. Se for tirada
a beleza do quadro, ele não sobrevive solitariamente. Assim é a Justiça, não existe
Justiça sozinha; você pode realizar a segurança ou a igualdade isoladamente,
mas a justiça não, porque devemos incorporar a ela os valores. Os valores não
existem se não referidos à Justiça e, assim, a Justiça só existe se referida
aos valores, aos casos concretos”, afirmou o Ministro Carlos Ayres de Britto.

“Tomo posse deste cargo dando-lhes a
certeza de que atuarei no sentido de garantir a manutenção dos padrões de
qualidade nestes encontros e em especial promover melhorias na magistratura
brasileira”, declarou o novo Presidente Nametala Machado Jorge.
Ao encerrar o encontro,
o Desembargador Osório de Araújo Ramos Filho, Vice-Presidente do Tribunal de
Justiça de Sergipe agradeceu a participação de todos no encontro que objetivou
discutir temas de interesse da magistratura nacional. No encerramento dos
trabalhos, os Vice-Presidentes deliberaram que o próximo encontro ocorrerá no
Rio Grande do Norte, em julho de 2012.
O Colégio Permanente de Vice-Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil,
em sessão plenária realizada entre os dias 10 e 11 de novembro de 2011, no
Hotel Aquarios, em Aracaju/SE, pelos participantes que abaixo subscrevem,
resolve vir a público dar conhecimento de sua posição a respeito dos principais
temas nela abordados, que representa a síntese de suas conclusões sobre os
problemas nacionais que afetam a organização, a administração e o funcionamento
do Poder Judiciário, para:
1) Endossar a manifestação feita pelo Colégio
Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil que deu origem a
Carta de João Pessoa, datada de 14 de outubro de 2011.
2)
Encaminhar expediente à AMB solicitando dessa Associação fazer gestões junto ao
Congresso Nacional objetivando a aprovação de proposta de autoria do Tribunal
de Justiça do Rio de Janeiro consubstanciada na Carta datada de 17.06.2011
encaminhada à AMB pelo referido Tribunal, onde foi demonstrada a necessidade de
se combater o abuso no direito de recorrer, através de alterações nos Códigos
de Processo Civil e Penal e Código de Defesa do Consumidor.
3) Sugerir
aos Tribunais de Justiça que estudem a possibilidade de instituir regras
regimentais para o julgamento de demandas repetitivas por único juiz sorteado,
aguardando as demais distribuídas a decisão paradigma que as abrangerá.
Igualmente, em relação ao 2º grau de jurisdição, no sentido de a Câmara
primeiramente sorteada fique preventa para o julgamento de todos os demais
recursos da matéria repetida, a bem da economia, celeridade e segurança da
prestação jurisdicional.
Aracaju/SE, 11 de novembro de 2011.
denise Rodrigues Correia (denise.correia@tjse.jus.br)
Dircom TJSE.
Fotos Edson Araujo
edson.araju55@hotmail.com
(79)81660892 /99966132 /91514621
denise Rodrigues Correia (denise.correia@tjse.jus.br)
Dircom TJSE.
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edson.araju55@hotmail.com
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